terça-feira, 13 de julho de 2010


E quando passo de novo pela esquina onde outrora tua alma esperava a minha, como altar de pedra construído pelo Deus que nos unia, o que vejo e apenas a tua sombra desvanecida.. mas o cheiro do teu eu permanece lá, eternizado pelo beijo que é o nosso e pelo selar de duas almas desentendidas pelo mundo mas gémeas na sua essência...porque um dia te ofereci a minha... e porque esta será eternamente tua, não batas a porta desta tua nossa casa, entra simplesmente porque a porta jamais se fechará!

Bliss

Com um suave gesto afastaste o esvoaçante cabelo do meu rosto e como quem cala um vento no deserto agarraste a minha face a duas mãos; seguraste-me junto a ti e beijaste-me calorosamente. Depois, delicadamente, afastaste os teus lábios dos meus, desprendeste as tuas grossas mãos da minha face e deixaste que fosse, desta vez, o vento a calar e a perpetuar na tua memória a imagem sorridente de um rosto com os cabelos soltos ao vento...és lindíssima disseste...e o rosto verbalizou num sorriso o que a alma calou em palavras.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Veludo amargo

É cobardia não me amares, não te entregares nos meus braços incondicionalmente como já outrora o fizeste. Mas como, como? Esse outrora foi há tanto tempo, demasiado tempo para que o meu pobre coração insista em recordar uma memória tardia e ténue de um amor eterno. Eterno sim, mas não eterno o suficiente para não ter que “morrer” para só depois nos apercebermos da sua eternidade.
Não me digas que me amas, não, não me digas que faço intrinsecamente parte de ti, da tua alma e da tua história, porque não quero ser historia, não mais uma história, não mais um dos teus intrínsecos e alteráveis amores; eu quero ser o hoje, o agora e o já. E quero ser historia sim, mas uma daquelas actuais em que falamos do nosso amor mas já com sementes plantadas no mundo sentados no nosso colo. Não não digas que sou parte da tua alma vadia e sedenta de humanidade. Caramba e eu era tanto contigo e sou tão pouco sem ti... Ensinaste-me que eu tinha alma e que ela se manifestava por mim, fizeste-te amigo dela e abraçaste-me em pensamentos que me faziam arrepiar. Sinto tanto a tua falta… tanta que chega a doer fisicamente a tua ausência, como te amo, Deus, como eu te amo… que amor tão solidário este que fica feliz com o teu namoro, com o teu casamento, com os teus filhos que ainda não nascidos pintas em telas suspensas de sonhos de verão. Como eu te amo.Sabes há quanto tempo não durmo? 664 Dias… 664 dias de dor, choro, arrependimento, mágoa e desespero… 664 dias de amargura e perguntas infantis de uma menina a quem fizeste mulher. 664 dias de vazio falsamente preenchidos por declarações falsas de quem não tem qualquer intenção de amar-me..664 dias de amor e fugas constantes a realidade, só e apenas porque me ensinaste que era mais simples comunicar contigo num plano ascendente e superior. Mas foste-te, escorregaste-me pelos dedos encharcados de lágrimas e já nem aí te encontro. Tenho saudades de ti, mas mais saudades ainda de quem eu era contigo. Quem sabe um dia, de novo, no amanha e noutro qualquer plano transcendente a minha existência, venhas de novo a voar para mim, brilhando prateado com asas negras de amargo veludo e com a lua como pano de fundo.

terça-feira, 29 de junho de 2010


Tenho saudades de mim, do tempo em que te abraçava com um olhar, do tempo em que te olhava com o toque das minhas mãos. Tenho saudade de me apoiar na varanda e de sentir o envolvente abraço do teu corpo por trás do meu, saudade de virar o rosto e sentir os teus lábios percorrerem a minha face em direcção a "casa".
Como gostava de ver de novo as tuas belas mãos, de tas tocar e nelas entrelaçar os meus dedos, de te olhar e ver o reflexo da minha alma; alma que a vida a ti acorrentou e trancou a cadeado. Porque tu foste embora, mas junto contigo levaste a minha essencia porque a vida não ma quiz devolver ou simplesmente porque ela na verdade te pertence. Ficou a nossa sabedoria de uma lua com cheiro a mar e de um mar que pra sempre irá reflectir o teu brilho.

domingo, 6 de junho de 2010


E o tudo que muito ou nada peço é tão somente que um dia, de novo, ao acordar, seja a tua imagem ao meu lado e não a de um qualquer cadáver já jazido ,sujo e apodrecido pelo tempo e pelo uso.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Summer time


Dá-me a mão e corre comigo pela praia, vamos rebolar pela areia enfeitiçados pelo brilho do sol que se põe.Pega-me ao colo e banha-me no mar, sente o sal na minha pele, as ondas que batem nas tuas costas e as minhas mãos que te agarram pedindo que não me largues...Ouve os meu riso de menina feliz, sente o sussurro da brisa que passa,vê na linha do horizonte o sol q brilha e se põe só para nós e com um beijo molhado sela o momento na memória. Summer time...

quarta-feira, 26 de maio de 2010


Vou pegar num punhal,cravar na casca do tempo o sentimento vivido e quando um dia de ti sentir saudades e do mundo me cansar, saberás q estarei no cimo da nossa árvore olhando a linha do horizonte e esperando que regresses. Calmamente como sempre o fazes e com aquele enorme sorriso que ilumina todo um mundo mas que acima de tudo dá vida à minha alma. E nesse dia quando olhar, o que vou ver é uma luz intensa..cor de prata.